
Quem ouve falar num grupo de mulheres que se reúne para tricotar enquanto joga conversa fora, pensa que a cena se passa em alguma cidadezinha do interior do Brasil. Embora a ideia não esteja totalmente desprovida de razão, essa é (mais) uma verdade que está por assim dizer caindo por terra. Sabe onde elas se encontram? Na mega São Paulo, com seus 11 milhões de habitantes. Isso mesmo, é na maior cidade urbana do país que 40 mulheres se reúnem pelo menos uma vez por mês, com o objetivo de tricotar, trocar receitas e ter uma agradável tarde de conversa. Elas são as integrantes da comunidade The Crazy Knitting Ladies, que reúne mulheres e homens de diversas cidades do país, apaixonados pela malharia artesanal. Encontros como esses também acontecem no Rio, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte e em cidades menores como São Bernardo do Campo, Embu, Santo André e Campinas.
Como começou
A lista de discussão foi fundada em maio de 2008 pela jornalista cearense Clara Quintela; a analista de sistema Valesca Fortunato e a advogada Susana Barbagelata, ambas cariocas. Clara, que mora em São Paulo, organiza o encontro na capital paulista. Valesca e Susana agitam as reuniões no Rio, enquanto que nas demais cidades, os eventos são promovidos por outras participantes do grupo.
O objetivo inicial deste movimento foi resgatar o prazer dos trabalhos manuais feitos em grupo, como existe em outros países da Europa e nos Estados Unidos, mas que no Brasil é tido como coisa de “vovozinha”. Ledo engano. Nesta lista de “artesãs” há participantes de todas as faixas etárias, de adolescentes à senhoras de idade. A maior parte é formada por mulheres profissionais e independentes, que tricotam apenas como hobbie.
Tricoteiras 2.0
Um ponto em comum entre as participantes é que todas usam a internet como fonte de pesquisa, informação e meio de comunicação, claro. Muitas possuem ou frequentam blogs, a maior janela de divulgação do grupo. O sucesso é tanto que até para programa de TV elas já foram convidadas. Devido ao largo alcance da mídia social, o grupo resolveu criar o site www.tricoteiras.com.br, editado por Clara e Valesca, no qual são divulgadas receitas e dicas testadas e aprovadas por elas.
Além disso, a dupla também é tem seguidores no Twitter (@tricoteiras) e estão presentes no Orkut, Facebook, Flickr e Ralvery, esta última, uma rede social especialmente para tricoteiras. Para participar dos encontros, é necessário fazer parte da lista The Crazy Knitting Ladies (http://br.groups.yahoo.com/group/crazyknitingladies), que integra atualmente cerca de 500 pessoas de diversos países. O acesso à lista é livre e gratuito.
Hobby mundial
Ainda novidade nos trópicos, tricotar em locais públicos já virou mania internacional.
O hobby foi impulsionado depois que os atores hollywoodianos Julia Roberts e Russel Crowell foram flagrados tricotando nos intervalos de filmagem. Só no site organizador de encontros Meetup, existem hoje 712 grupos no mundo inteiro dedicados ao tricô. A maior concentração é nos Estados Unidos. Algumas cidades chegam a ter vários grupos. Em Nova York, o maior deles abriga nada menos que 998 tricoteiras.
No Brasil, porém a ideia já está dando certo. Em pouco tempo, mais e mais fãs do tricô estão se juntando à lista, por meio do boca a boca e dos blogs das participantes. O sucesso acabou gerando um contratempo: sem espaço para colocar cadeiras na calçada, o jeito foi procurar os cafés da cidade. Outro ponto de encontro são os parques onde são realizados até picknick animados.
Para mais informações: Clara Quintela (11) 9321 3100, Valesca Fortunato (21) 9992 8307 ou contato@tricoteiras.com
Fonte: Tricoteiras.com
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